quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Empanadilhas de batata doce


Esta é uma receita de família que tem passado de geração em geração. Mesmo que eu coloque aqui a receita, dificilmente alguém conseguirá fazer igual, esta é a verdade. Isto porque há muitas dicas que só mesmo fazendo e com a experiência é que se vai aprendendo. Uma delas é saber ver quando é que a consistência da massa está boa para descansar. A mesma coisa acontece com os folares algarvios. Para não falar que a minha avó é a general de serviço 'Não faças assim!  Mete mais isto! Mete mais daquilo!' e vai-nos sempre ajudando a aperfeiçoar a técnica até conseguirmos fazer sozinhos com sucesso. Estas foram as primeiras empanadilhas que fiz sozinha. Lembro-me de lhe ligar a dizer: Avó , já passei no estágio! Consegui fazer as tuas emapanadilhas sozinha e saíram mesmo iguais! Com as bolhinhas na massa e tudo!
E pronto, eu irei passar aos meus filhos esta receita (se eles se interessarem pela pastelaria como eu), e assim sucessivamente, para nunca se perder.


Ingredientes para a massa:
1 cálice de vinho do porto ou licor
1 copo de vinho branco
2 kg farinha
1/2 chávena de banha e margarina e completa-se o resto com azeite (pode retirar a banha e utilizar mais das outras gorduras, funciona igualmente bem)
sal qb
erva doce em grão para fazer chá (fazer um fervedor pequeno cheio de água).
Casca de limão (para adicionar ao chá)

Fazer o chá da erva doce com casca de limão até ficar com uma cor escurinha. Coe o chá  para uma chávena e adicione uma colher de chá de sal grosso e o açúcar para dissolverem.
Irá precisar de um alguidar grande para amassar.
Coloca-se as gorduras a derreter ao lume e adiciona-se à farinha, envolvendo com as mãos com cuidado para não nos queimarmos.
Depois de tudo muito bem envolvido vai-se adicionando aos poucos os vinhos , amassando bem. Adicione um pouco do chá aos poucos até a massa ficar sem restos de farinha por incorporar.
Continuar a amassar durante 30-45min sensivelmente, molhando as mãos no chá de erva doce até a massa se começar a soltar do alguidar. No final, sove bem. É como se tivessemos a secar um pouco a massa, estica-se de um lado e estica-se do outro... o processo é idêntico quando estamos a fazer pão. É um pouco complicado de explicar por palavras mas o que interessa é que a massa fique molinha depois de amassada.
Deixar a massa descansar coberta com um pano.

Esta massa assim está pronta para fazer filhoses. É só estender a massa com o rolo e cortar com o cortador ondulado. Quando fritar, vá enrolando a massa com um garfo. Escorra em papel absorvente. Polvilhe com açúcar ou mel.

Para o recheio:
1kg de batatas doces cozidas
300g açúcar mascavado (depende da qualidade das batatas doces... as que forem muito doces não precisam de tanto açúcar)
canela em pó qb
raspa de limão qb
Espalmar as batatas com um garfo e misturar estes ingredientes a lume médio até ficar uma mistura quase homogénea. Adicionar a raspa de limão a gosto.
Estender um punhado de massa na pedra da cozinha sem farinha , muito fininha mas não demasiado para evitar que faça buracos.
Colocar uma colher de sobremesa da mistura de batata doce numa zona da massa e unir os dois lados opostos (idêntico ao modo como se faz rissóis) e cortar com o cortador ondulado.
Fazer o mesmo para todas até se acabar a massa e a batata doce.
Fritar em óleo quente.´

Para uma versão mais saudável utilize frutose em vez de açúcar, substitua a banha por margarina e azeite e coloque no forno a 180ºC com papel vegetal e um fio de azeite.

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